Raramente, ou melhor, nunca escrevi um artigo sobre a área em que trabalho, contudo vivemos uma época extraordinária, como tal este artigo quebra essa regra de autorregulação porque, vivemos tempos de exceção que requerem medidas de exceção.
Nestas semanas, infelizmente, vivemos um tempo inaudito com o covid-19. Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar o trabalho fantástico dos médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica, técnicos superiores de saúde, assistentes operacionais, farmacêuticos, padeiros, funcionários dos supermercados e etc… Contudo, há uns que são esquecidos, ou melhor ninguém sequer imagina que eles existem.
Assim, gostaria de fazer minha homenagem a todos aqueles que trabalham para que a base e a sustentação da saúde exista e funcione. Para todos nós é claro que um serviço de saúde nunca funcionaria sem médicos, sem enfermeiros…
Mas será que funcionaria sem os fogueiros? Sem os fogueiros não haveria água quente no Hospital, não haveria vapor para os equipamentos de esterilização.
Será que funcionaria sem os eletricistas? Havia quem perguntasse, a razão de existir eletricistas a noite toda no hospital, alguém já pensou o que aconteceria ao Hospital se faltasse a luz, os equipamentos de cuidados de intensivos, o dito: “ligar às máquinas” claudicaria em poucos minutos, pois só o eletricista pode colocar os geradores a funcionar.
E os técnicos de electromedicina? Quando um equipamento avaria, sim, são máquinas que, na sua maioria, funcionam 24 horas sob 24 horas e é normal avariar, mas os técnicos estão lá assegurar a reparação desde um simples aparelho de tensão, à TAC, aos parâmetros da água da diálise, entre outros. E os mecânicos, que garantem; a temperatura ideal dos frigoríficos, onde estão medicamentos e vacinas de tão de alto valor, vitais para a vida, passe a redundância; as máquinas de esterilização, que garantem o material para fazer diversas cirurgias, e os ar condicionados de todos os serviços.
E os canalizadores? Sim… É verdade o Hospital também tem canalizadores, não é preciso explicar a razão. Os pedreiros, necessários à manutenção e reparações de conservação.
Os carpinteiros, que reparam as portas, as mesas, cadeiras; os serralheiros, para reparar os carros, aqueles que levam o material para de recolha de sangue ou fazer uma simples rampa, ou um simples varandim de apoio, reparar ferros e outras peças tão especificas.
Os informáticos, fulcrais num mundo digitalizado, asseguram a consulta de um médico ao processo de um doente, a receita para a farmácia. E no apoio de todos estes setores há uma equipa de administrativos que trata das compras do material necessário a que tudo funcione, inclusive o serviço de saúde.
Mas não são eles os únicos invisíveis fundamentais para o mesmo serviço de saúde funcionar? É claro que não, existem todos os administrativos e juristas de uma área tão difícil que é o aprovisionamento, aquele que é muitas vezes criticado nas notícias, sem qualquer razão ou por fake news de que não existe material, eles são o pessoal das compras, que obedece a um código de contratos públicos tão complexo e têm a missão de garantir que nada falte, desde uma simples pilha de um termómetro, a uma máscara, a uma prótese… Eles garantem que existe o material necessário para todos nós!
Como é óbvio, existem áreas fundamentais como a cozinha, os recursos humanos, financeiros…
São estes homens e estas mulheres os heróis invisíveis e que também deixam as suas famílias em casa e muitas vezes arriscam as suas vidas para que tudo o que é visível funcione! E todos, visíveis e invisíveis, tornam possível a nossa crença, sustentada, de que a nossa Saúde funciona para que a Madeira possa seguir adiante.
Os Madeirenses, a todos eles, dirigem um alto e sonoro – bem hajam! Muito Obrigado!
Publicado no JM-Madeira - Siga Freitas
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