domingo, 7 de julho de 2019

600 ANOS DE MADEIRA E 43 DE AUTONOMIA


Como todos sabemos, esta última segunda-feira, celebrou-se o Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses, ou simplesmente o Dia da Madeira. A Madeira continua sempre além-fronteiras, porque, em cada madeirense, está a Madeira.
Confesso que, o discurso do Sr. Deputado Miguel de Sousa, caraterizou - e bem! - o quanto foi necessário termos um herói político para conseguir e consolidar a Autonomia na nossa Região: “a liderança política de Alberto João Jardim foi decisiva não só para a conquista como para a consolidação da Autonomia.” E mais: “Não há feitos históricos sem heróis. A Autonomia tem o seu.”

A verdade é que muito falta cumprir neste percurso para cumprir a Autonomia plena, nomeadamente na questão do Sistema Fiscal, da continuidade territorial, o Ensino Superior, a Investigação Científica, bem como o desenvolvimento das nossas Indústrias e Setor de Serviços, seja o Turismo, seja a Agricultura e outras que, perante a nossa unicidade de insularidade em pleno Atlântico, são inexoráveis.

Nestes dias, temos lido e visto várias manifestações em Hong Kong, uma ilha e região administrativa especial da China. Mas já em 2014, os habitantes da ilha realizaram a Revolução dos Guarda-Chuvas que, resumidamente, era contra a situação de que pessoas próximas de Pequim indicassem três candidatos e de, só após essa indicação, é que seriam votados pelo povo de Hong Kong. Chamou-se Revolução dos Guarda-Chuvas devido aos guarda-chuvas utilizados para protegerem-se do gás lacrimogénio.

A Madeira nunca precisou que existissem candidatos indicados por Lisboa, com exceção de alguns partidos que tiveram essas práticas no início da nossa Autonomia e ao que parece mais recentemente. Verifica-se tal situação, em que cúpulas de partidos com sedes em Lisboa indicam quem deve e não deve ser candidato. Contra todos os princípios fundamentais da Autonomia! Felizmente, os madeirenses terão oportunidade de, sem qualquer revolução, ou melhor, através de uma “revolução tranquila”, continuarem a transformar a Madeira e a negar esses mandatados de Lisboa.

Mas voltemos ao cerne da Nossa Madeira - os desafios da Autonomia de hoje não são os mesmo de 1976, mas há muitos que ainda não os identificaram e continuam apenas com a propaganda de coisas como o Ferry o ano todo, mais uma ou outra coisa material…

1. Precisamos de mudar as mentalidades, com isto quero dizer algo de grandioso, não aceitamos ser um povo servidor - havemos de acentuar a nossa idiossincrasia de povo sonhador, ter a capacidade de encarar o futuro olhos nos olhos.

2. Em questões concretas, precisamos de garantir a continuidade territorial, seja via aérea seja via marítima.

3. Emprego só se constrói com a existência de um novo sistema fiscal, que atraia novas empresas, novas indústrias, novas áreas de economia para a nossa região;

4. No ensino superior e investigação, é necessário conseguir garantir a Autonomia necessária para atrair-se mais investigadores, mas também aumentar a oferta formativa a nível internacional, sem ser apenas uma universidade local e para os locais, mas uma universidade para o Mundo.

4. A questão social, tal como os nossos familiares mais velhos e com algumas enfermidades que necessitam de cuidados e locais adequados, seja em suas casas, seja em residências próximas dos seus familiares. Eles foram e são pilares da criação da nossa terra e da nossa Autonomia, foram eles os grandes obreiros da nossa Madeira.

Consolidamos a Autonomia, contudo falta cumprir a plenitude da nossa Autonomia!

Publicado no JM-Madeira no Siga Freitas

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