quarta-feira, 11 de abril de 2018

“NÃO FALO DE COISAS QUE NÃO SEI” MAS DEVE RECEBER POR COISAS QUE NÃO SABE?


Em tempos a Madeira vivia isolada no meio do Atlântico, sem que o território continental quisesse saber ou para socorrer de ataques de piratas e/ou outros demorassem dias, semanas e/ou meses.

Felizmente as comunicações melhoraram e muito, a verdade é que a Madeira, apesar da velocidade quase instantânea da informação, a Madeira contínua isolada de transportes.

Mas será que é só a Madeira? Se formos ao interior, apesar de terem alguma auto-estrada ou uma estrada nacional estão mais isolados que nós a qualquer metrópole do território continental. A verdade é que o Portugal é cada vez mais centralizado, onde tudo o resto passa a ser paisagem ou meramente para visitar ao fim de semana ou numas férias.

O Estado Português é cada vez mais centralista, quando o Estado devia dotar todas as suas regiões sejam no continente, sejam nas regiões ultraperiféricas de meios para garantir que a continuidade territorial exista. Mas será que são só os transportes? Não. A continuidade territorial deve ser mais que isso.

Mas vamos ao problema concreto das viagens para a Madeira, este é um tema que está sempre na agenda do dia de todos os madeirenses.

A “desprivatização” ou nacionalização da TAP foi péssima para todos, em especial porque o Estado encontrou uma forma de subsidia-la e foi através dos subsídios das viagens para a Madeira. O reverter da venda foi uma das coisas mais escandalosas que aconteceu em Portugal. Primeiro: Só serviu para nomear administradores; Segundo: O Estado tinha 34% da empresa e receberia 34% dos lucros; agora o Estado tem 50% e só recebe 18% dos lucros. Alguém percebeu estas contas?

Alguém que me explique quais são ou foram os benefícios da nacionalização da TAP? Até ao momento são zero! Há uns especialistas que dirão: eles assim são obrigados a manter a linha aérea entre a Madeira e o Continente. Estão a gozar, certo? Esta é só a linha que dá mais lucro à TAP, acham mesmo que iam abandonar esta ligação?

O Governo da República tem que tomar uma atitude e assumir o seu papel social. Como podem estar jovens e madeirenses ao abandono no aeroporto sem qualquer apoio, por parte da TAP ou por parte do Estado, que volto a referir, não cumpre a sua função. Mas já começa a ser comum o Estado dizer que nada tem a ver com nada, nada é com ele. Os incêndios de Pedrogão, os outros incêndios, a violência no futebol, a corrupção no futebol, e tudo mais o resto, o Estado demite-se de todas as suas funções, exceto da função de nomear os amigos para os cargos bem remunerados.

Excluo-me de falar da EasyJet, pois esta não tem obrigação de fazer serviço público. A verdade é que TAP também não tem obrigação de serviço público. Mas será que não deverá haver uma lei que obrigue a tal? Pode haver hospitais privados a fazer cuidados de saúde, mas os hospitais públicos são obrigados a serviço público ou não?

Chega de demagogia, caso a TAP continue a não ter que cumprir o serviço público que o Estado venda tudo o que tem e deixe de nomear os seus tachos!!! Como respondia ao JM-Madeira um administrador não executivo da TAP, nomeado pelo Governo: “Não falo por coisas que não sei.”, logo um administrador, mesmo que seja não executivo e não procura saber das coisas, que conclusões se podem tirar?

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