sábado, 8 de abril de 2017

ASSIM, ATÉ EU COMPRO O NOVO BANCO!

Exmo. Sr. Primeiro-Ministro, Venho por este meio confirmar que também estou disponível para acolher qualquer banco que esteja a passar dificuldades neste país; estou disponível para ficar com os seus imóveis, com os empréstimos e outros tantos ativos, desde que não tenha que assumir aqueles ativos tóxicos, esses devem ficar na CGD, ah… E também desejo uma garantia de 1 500 milhões de euros para assegurar o seu funcionamento, caso o dinheiro que estou disposto a pedir emprestado a outro qualquer banco não dê para suportar tudo. Aguardo ansiosamente pela sua decisão. Esta podia ser o início de qualquer proposta a este governo travestido de esquerda, porque a esquerda nunca faria isto a um povo.

É por isso, que a história de D. João II, o Príncipe Perfeito, como lhe chamou o castelhano Lope de Veja, foi Rei de Portugal e dos Algarves, para mim, o mais brilhante Rei de Portugal e quiçá um dos mais visionários do Mundo. Basta ver que Maquiavel parece, segundo alguns, até ter escrito o famoso livro: “O Príncipe” baseado no nosso Rei.
Mas porque iria escrever sobre este Rei de Portugal? Simplesmente, porque além de admirar a sua governação, há que reconhecer que algumas das suas atitudes foram fundamentais para Portugal. Quando subiu ao torno, perante o poder da restante nobreza, ele chegou a dizer que não era rei de Portugal, mas sim rei das estradas de Portugal. Perante isto, ele retirou poder e lutou contra parte da nobreza, em especial o Duque de Bragança, D. Fernando II, e aqui perante os ataques da nobreza a si, ele traduziu o que pensava nesta frase: “Prefiro ter o Povo do meu lado, pois são mais, em vez de poucos”, esses poucos eram a aristocracia.

Esta frase é fundamental para mim, porque atualmente vivemos uma pseudo-democracia, e explico esta minha visão, porque se na época de D. João II, de forma muito simplista, o poder estava a centrar-se no rei, mas este queria o apoio do Povo para ter esse Poder, a verdade é que atualmente a pseudo-democracia é achar-se que o Poder está no povo, quando o povo nem para mero instrumento serve. No passado fim-de-semana, chocou-me, mas chocou-me mesmo, como será possível o Primeiro-ministro e o Ministro das Finanças sentarem-se ao lado de um homem que deve mais de 600 milhões a um banco, a um banco que acabam de oferecer a um grupo estrangeiro. Quer dizer, não foi oferecer, foi pagar a um grupo de estrangeiros para ficar com o Banco. Como é possível? Confesso que nisto dos bancos, sou de extrema-esquerda e de extrema-direita, ao mesmo tempo. E explico. Primeiro passo pela fase de extrema-direita, isto é, o banco está a falir. Então que abra falência! E muitas das pessoas vão dizer: e as poupanças das pessoas? As poupanças das pessoas? O fundo de garantia irá garantir até um máximo 100 mil euros a cada depositante e ainda terá os ativos como edifícios, empréstimos que são ativos que poderão ser vendidos e etc… Logo parece-me uma atitude sensata. Caso isto não aconteça, vem a minha costela de extrema-esquerda, e é muito clara, se se nacionalizou-se o banco, então o banco deve passar para CGD ou simplesmente no setor social do Estado e aí permanecer e ponto final. Agora, nunca, mas nunca se pode fazer como se fez com o Banif, com o BES ou qualquer outro banco. Porque será que se vai beneficiar meia dúzia de aristocratas em vez de todo um Povo? É que todos os portugueses, sem exceção tiveram que assumir várias bancarrotas sem sabermos para quê serviu esse dinheiro. A fazenda real é sustentada pelos nossos impostos.

De D. João II até hoje não se aprendeu muito, antes pelo contrário, parece que quando as “ex-responsabilidades” pelo BPN são simplesmente arquivadas sem nada acontecer, o que se pode esperar?

Se D. João II afirmou que era unicamente rei das estradas de Portugal, hoje temos governantes que não mais que governantes e gestores dos nossos impostos para sustentar a aristocracia portuguesa, pois que nem as estradas são nossas, não passam de concessões públicas dadas a privados em que se tem que pagar principescamente.

Post Scriptum: há uns tempos todo o país criticou o MasterChef do Brasil por ter um concorrente português a ser legendado para português. Será que agora eu, enquanto português da Madeira, não me posso indignar pela SIC ter feito uma legendagem de duas senhoras da Lombada, em São Vicente que falavam português? Espero que a SIC me permita indignar pela triste atitude, e nem quero comentar a reportagem de Vidas suspensas, porque seria, pelo menos, uma tese de mestrado!

Crónica Siga Freitas no JM-Madeira

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