sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Retrato de Natal


Há umas semanas fui a um fotógrafo imprimir umas fotos de que necessitava. Situa-se ali na Rua Fernão Ornelas e, enquanto entrava, olhava como a rua está diferente. Continua, é claro, no sítio como quando eu era criança, mas muita coisa mudou, as lojas mudaram, a rua mingou e o passeio cresceu, mas a verdade é que este fotografo resistiu a muitas mudanças em seu redor, até à diferença das luzes de Natal, desde as incandescentes, que tanto iluminavam, às led que tanto poupam. Ao subir as escadas para o fotógrafo, olhei em redor, muita coisa mudou ao longo dos anos, as poses, as cores das fotos, mas as fotos ao longo dos anos serão a repetição das ocasiões em tempos diferentes, desde fazer as capas, os batizados e casamentos e alguns eventos públicos.

Ao chegar ao balcão, pedi as fotos, e, enquanto esperava, olhei em redor, ouvi que os sons das máquinas e a lentidão mudou e muito, senti que os cheiros mudaram, mas a loja em si mantinha-se com molduras, agora com um computador virado para os clientes para ver as fotos, sem necessidade de revelar aqueles positivos. Mas o que me despertou a atenção foi uma moldura de uma folha de um livro, em que referia: “O cliente” e assinado pelo Sun Tzu. É claro que Sun Tzu não podia escrever algo sobre os clientes, pois ele falava sobre guerra, mas muitos gestores, economistas e gestores pegaram nessas asssinados e aplicaram.

Confesso que não decorei todas as palavras escritas naquela folha emoldurada, mas refleti sobre cada letra acerca dos clientes. Aquele fotógrafo só pode ter sobrevivido a toda a alteração do ecossistema da Rua Fernão Ornelas, porque soube aplicar aqueles ensinamentos, isto é, dedicou-se inteiramente ao cliente. O cliente é razão de qualquer empresa existir e valorizar é essencial para sobreviver num mundo cada vez mais a utilizar a lei da seleção natural, em que cada empresa que não se adapta ao seu ecossistema só pode deixar de existir.

Se pensarmos no quanto o conceito de fotografia mudou, pois neste momento qualquer um é um fotografo, mas as lojas que sobreviveram tiveram que se revolucionar.

Em época natalícia ou de consumismo, dependendo do credo que cada um pratica, pergunto quantos de nós será dedicado, não ao cliente, mas ao outro? Pois qualquer empresa só terá sucesso, não só pelo cliente, mas em função do outro, o outro é o fornecedor, o amigo, o cliente, o investidor, mas, acima de tudo, os seus colaboradores, os trabalhadores, mais classicamente, pois serão esses que farão o elo com todos esses stakeholders da organização.

Por isso, este Natal, só posso desejar-vos a todos um Feliz e Santo Natal próximo dos vossos stakeholders, que é a nossa família! E que tudo fique gravado naquele retrato que retém o momento e o volve eterno! Até sempre!

Publicado na revista Madeira Digital

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