quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Mês de Web Summit em Lisboa


Este evento pode ser considerado o expoente máximo do empreendedorismo no Mundo, em especial para os “geeks”. O principal tema deste evento é a tecnologia e a Internet. O Web Summit foi criado por três empreendedores, em que se destaca o CEO que é Paddy Cosgrave. E o que é que tem de tão especial este evento para merecer tão grande destaque? Além de ter centenas de empreendedores de todo o Mundo, terá vários CEO e CTO de grandes empresas mundiais, desde a Microsoft, Cisco, Facebook, Amazon, Renault-Nissan e muitos mais… Mas há outras razões para tão grande evidência. Este evento acontece desde 2009 na República da Irlanda e pela primeira vez da sua história será fora de Dublin exatamente no nosso país, mais precisamente na nossa capital, em Lisboa.

O Web Summit realiza-se entre os dias 7 e 10 de novembro no Meo Arena e na FIL, e quem tiver oportunidade e possibilidade de a ele comparecer aconselho a ir a este evento, um evento fora de série e que valerá a pena.

Para este evento se concretizar, houve 66 startups que venceram o concurso Road2WebSummit http://www.road2websummit.com/, lançado pelo Governo no programa Startup Portugal. Há diversas temas interessantes desde áreas de mecânica, redes sociais, saúde, biologia, entretenimento e outras mais áreas.

Por diversas vezes tenho dito que o empreendedorismo não é a solução, mas é sem sombra de dúvida uma maneira de criar experiência e conhecimento, não só aos empreendedores, mas também aos políticos e decisores, como grandes empresários.

A exemplo disso, no dia 4 de outubro o Presidente da República Portuguesa, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, e o Primeiro Ministro António Costa ouvirão todos as startups selecionadas para representar Portugal no Web Summit, um evento que poderia ter sido de promoção destas empresas. E não é só isso, foi uma maneira de os políticos portugueses compreenderem através do brainstorming, pouco habitual, ouvirem todas as propostas e soluções para um pequeno ou médio país europeu como o nosso, das políticas em todas as áreas, não só na área da economia e tecnologia, mas também justiça, finanças, saúde e educação. Um dos assuntos verdadeiramente importantes conversados foi a questão das competências, pois as universidades criam teóricos e passam uma licença, que nos confere capacidade para aprender, contudo o politécnico deveria ter outra missão, algo que tem sido constantemente quase esquecido por quem gere as políticas do ensino superior e dos próprios reitores dos politécnicos, que esperam que seja uma universidade. Os politécnicos poderiam ter um papel fundamental na criação de competências mais adequados ao ecossistema das startups. Mas neste encontro uma grande questão que se colocou foi a fiscal, como poderia ser, a mais citada. Não é por acaso que somos dos países do mundo com a maior carga fiscal, dizem alguns, e aqui as startups reclamam para si um discriminação positiva, e até a criação de zonas francas não em regiões físicas, mas sim em áreas de negócio. O que poderá fazer algum sentido…

A verdade é que o Web Summit já está a ter os seus frutos, não só por causa deste evento em Portugal, mas porque os nossos governantes estão a ouvir os nossos empreendedores, pessoas que têm passado por enormes dificuldades e adversidades para conseguir conquistar um pequeno espaço neste mercado cada vez mais global. Esperemos é que aqueles que praticam o comércio “tradicional” saibam adaptar-se às mudanças, mantendo, todavia, as características de proximidade e tratamento personalizado que são a sua marca.

Artigo publicado na Revista Madeira Digital

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