quarta-feira, 27 de julho de 2016

SALVO PELO CRISTIANO RONALDO

Este título podia ser o início de qualquer livro ou qualquer início para canonizar o Cristiano Ronaldo, mas não. Aconteceu-me mesmo! Ora bem, vou-me explicar.

Há cerca de três anos estive num país do Médio Oriente, uma completa aventura, mas não era nenhuma viagem de sonho, por isso todas as peripécias que experienciei. Vou destacar o momento em que o Cristiano Ronaldo me deu a mão, eis que chego ao aeroporto desse país, e segue-se aquela morosa e lenta passagem pelos seguranças e elementos dos SEF desse país. Se num país ocidental já se torna algo intimidante, naquele país em que passavam militares com fardas com padrão de camuflado para cá e para lá de arma nos braços e aquele ar intimidatório, então! Já aqueles que atendiam no balcão e na passagem da “fronteira” estavam vestidos com o kandura (indumentária masculina dos países árabes) e com o respetivo gutra (aquele lenço que utilizam na cabeça), confesso que lhes dava um ar superior a qualquer outro que estivesse ali em redor. Todo este ambiente torna-se muito intimidatório, pois coloca-nos numa posição frágil a entrarmos num país estrangeiro e que nada tem a ver com a nossa cultura. Esperei cerca de uma hora numa fila interminável, onde muitos dos que chegavam eram levados por um soldado para uma sala à parte e sempre com uma linguagem, que, para mim, parecia agressiva, mas podia não ser, pois o árabe só por si não é uma língua que ao ouvido seja romântica.

E eis que, pelas tantas da madrugada, estou a uma pessoa de passar pela fronteira, quando essa pessoa que provinha de algum país asiático, possivelmente Paquistão, é levada em braços por um militar, chamado pelo polícia do SEF que o atendia, tornou-se um cenário ainda mais dramático, se tivermos em conta que era a minha vez de ser atendido por esse homem que acabara, na minha perspetiva, de condenar outro à morte. Pensei… Lá vou eu!

Enchi-me de coragem e avancei, só pensando na vida boa que levei e sem pensar no futuro. Quando chego perto dele, pede-me o passaporte. Lá mostro e ele com um ar desconfiado, pois “este ocidental devia-o querer enganar”, mas depois de ver aqueles riscos no meu passaporte, olha para a capa e lê “Portugal”. E eis com um sorriso muito aberto, algo que ainda não tinha visto nessas horas, e diz: “I am an huge fan of Ronaldo, I am a fan of Real Madrid” e eis que eu cheio de orgulho respondo que sou da sua terra Natal, nesse momento pensei: pronto, este já me vai deixar passar e estou salvo por ser da terra do Cristiano Ronaldo. Se houve momento que me senti, digamos, abençoado por ser conterrâneo do Cristiano, foi esse.

Por isso, caro Cristiano Ronaldo, admiro todas as tuas qualidades, apesar de um dia ter-te criticado (assumo), mas foi porque marcaste um golo à minha equipa, mas parabéns por esse golo ter sido o melhor da Liga dos Campeões. Foi uma crítica legítima, espero que entendas.

Cristiano Ronaldo é, sem sombra de dúvida, um dos grandes símbolos da nossa região e do nosso país, mas mais do que isso será uma referência para sempre da nossa ilha.

Esta é a minha singela homenagem ao Cristiano Ronaldo! É mais que merecido ter um aeroporto com o seu nome, tal como a Irlanda do Norte tem o seu aeroporto com o nome de George Best, outro ex-número 7 do Manchester United.

Artigo publicado hoje no JM-Madeira

Sem comentários:

Enviar um comentário

O blogue Madeira Minha Vida não é responsável pelos comentários reproduzidos no blogue.
Cada comentário é da responsabilidade de quem o redige.

Comente com ponderação!