segunda-feira, 25 de julho de 2016

Brexit: como fica o empreendedorismo?

Londres era, até este mês, considerada a capital das start-ups na Europa. É unânime para a grande maioria dos empreendedores que a saída do Reino Unido terá um impacto negativo no empreendedorismo europeu, seja no Reino Unido, seja no resto da Europa, mas principalmente em Portugal, por ter em Inglaterra um grande parceiro.

De acordo com a opinião de diversos empreendedores que foram para Londres começar a sua start-up, Londres é o melhor local na Europa para iniciar uma empresa. Mas neste momento existe pânico entre as aceleradoras de start-ups no Reino Unido porque temem que os empreendedores encontrem alternativas em Berlim, Paris, Dublin, Madrid ou qualquer outra cidade europeia, incluindo Lisboa.

Se o Reino Unido pode não ser propriamente o epicentro do empreendedorismo, a verdade é que este ecossistema conseguiu que o Governo britânico implementasse programas para os empreendedores, nomeadamente o programa SEIS (Seed Enterprise Investment Scheme) que proporciona benefícios fiscais a investidores e é considerado como um dos mais ambiciosos a nível europeu. Isto demonstra não só a grande importância que os ingleses dão ao empreendedorismo, mas também que querem demonstrar que isto é algo que está no sangue dos povos anglo-saxónicos.

A verdade é que este reverso do voto do Reino Unido irá fazer, obrigatoriamente, que muitos empreendedores e empresários deslocalizem as suas empresas, isto, se o Reino Unido não atribuir incentivos e criar condições para que estas start-ups e empresas não fujam. Contudo, o Reino Unido poderá negociar e poderá fazer como a Noruega, ter um pé dentro da União Europeia ou mesmo como a Suíça. A questão aqui será se os líderes europeus irão desejar que isso aconteça em virtude que este Brexit poderá ser a abertura da caixa de pandora e desencadear a saída de mais países que não estão satisfeitos com as políticas económica, financeira e a política externa no seio da União Europeia.

Agora uma palavra para todos nós, a primeira coisa que escrevi quando soube do resultado do referendo foi que, e continuo a partilhar a mesma ideia, não podemos dramatizar esta situação, mas que até podemos potencializa-la, porque entre Portugal e Inglaterra existe a mais antiga aliança do Mundo, o Tratado de Windsor, assinado em 1373 e renovado em 1386, apesar de muitas vezes ter sido utilizado mais em benefícios dos ingleses, está na altura de o usarmos para nosso benefício ou então para uma maior cooperação entre os dois Estados. Reforçar as relações comerciais, aprofundando, se necessário for, o livre comércio entre os dois países, o mesmo na área cientifica e na inovação. Sem dúvida que a questão dos portugueses emigrantes lá e os britânicos a viver cá, o que já era uma realidade antes de os dois países aderirem à então CEE, deve ser uma prioridade dos dois governos para garantir que a qualidade de vida e estadia destes sejam, pelo menos, como é até ao momento, nomeadamente em áreas da saúde, segurança social, e outras.

Nota: Já li por aí, que é a terceira vez que o Reino Unido derrota o domínio ou supremacia alemã. Se a ação do Reino foi decisiva na duas guerras mundiais, no momento, é algo que ainda não conseguimos verificar. Acredito que, no futuro, iremos conseguir saber se é assim mesmo.


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