segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Chappie – o ser humano!


Para começar os meus artigos de 2016, não podia deixar de falar de algo que me deixa completamente fascinado. Em 2015, surgiu um filme que pode só parecer mesmo de ficção científica, mas que pode vir a tornar-se realidade. O filme chama-se "Chappie", atenção: este parágrafo possui "spoilers", trata-se de nome de robô e do que um cientista consegue fazer com a inteligência artificial que ele possui. Ele consegue fazer não só que ele aprenda mas também que continue a aumentar as suas capacidades intelectuais, como se de um humano se tratasse. Mas o mais incrível é que o sistema deste robô consegue fazer passar o “software”, isto é, as memórias dos seres humanos, para um robô. Como é claro, não descrevo aqui o filme completo, quero antes focar a questão da capacidade de passar a memória e chamemos “o ser humano” para um mero robô. Parece algo surreal, um ser humano existir fora do corpo humano.

Imaginemos que alguém tomava esta utopia em mãos e fazia disto um desafio… Seria fantástico? Apesar de colocar-nos várias questões de bioética, sem dúvida que seria algo fenomenal para a humanidade, seria quase como criar a vida eterna, apesar de sem o “nosso” corpo orgânico. Esta é a missão e o objetivo da empresa Humai. Imagine-se um ser humano em vias de deixar a vida terrena cujas capacidades intelectuais fossem transferidas para um robô!

O Fundador da empresa Humai, Josh Bocanegra, que até podia ser uma brincadeira, ele afirma que não: "Queremos trazer de volta à vida depois de morrer", afirma.

Ele explicou que planeia usar inteligência artificial e nanotecnologia para "armazenar dados de estilos de conversação, padrões de comportamento, processos e informações sobre como passar funções do corpo de uma pessoa de dentro para fora. Estes dados seriam codificados em "múltiplas tecnologias de sensores", o que seria construído num corpo artificial com o cérebro de um ser humano falecido.

Além disso, como o cérebro amadurece, a companhia disse que iria usar a clonagem de nanotecnologia para restaurá-lo e 'trazê-lo de volta à vida.' Ele ainda diz: "Quando a tecnologia estiver totalmente desenvolvido, vamos implantar o cérebro num corpo artificial."

Acrescenta que as funções do corpo seriam controladas artificialmente através do pensamento da pessoa usando ondas cerebrais, de forma similar a próteses avançadas já controladas hoje.

Esta ideia de ligação entre o computador e o cérebro humano, não é recente, já vem desde o ano 1950 por John von Neumann; o 'cada vez mais acelerado progresso da tecnologia e as mudanças no modo de vida humano, dá a aparência de abordar alguns aspetos da singularidade essencial da história da raça, além do qual os assuntos humanos, como nós os conhecemos, não poderiam continuar.' O termo foi então usado pelo escritor de ficção científica Vernor Vinge que acredita na interface cérebro-computador.

Esta ideia não é exclusiva da Humai, pois o próprio Google, através do seu Diretor de engenharia do Google Ray Kurzweil, citou, recentemente, o uso de von Neumann, no prefácio do clássico O computador e o cérebro. Ele acredita que, em pouco mais de 30 anos, os seres humanos serão capazes de fazer upload de suas mentes inteiras para computadores e tornar-se imortal digitalmente - um evento chamado singularidade. Isto seria feito enquanto ainda estamos vivos, ao contrário dos planos de Humai que envolvem ressurreição, mas que poderá também envolver a vida.

Se é certo que o “Regresso ao futuro” não aconteceu como se previa em 1985, também é certo que a previsão para amanhã não será, porventura, como se prevê hoje, mas será desafiante e sem dúvida inspirador pensarmos que poderíamos ter mentes eternas como Einstein, Newton, Marie Curie, Tesla e outros… Seria incrível!

Artigo publicado na Revista Madeira Digital

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