sábado, 7 de novembro de 2015

Conhece a arte da guerra e volve empreendedor!

Neste artigo, tenho de fazer um ponto de situação e deixar um esclarecimento: eu não pertenço a nenhuma seita, nem muito menos acredito nessa seita do empreendedorismo. Apesar de ser defensor do empreendedorismo como a introdução de inovação nos serviços, produtos ou até no marketing, sou completamente contra a exponenciação “empreendedorismo” destituído de humanismo que vemos diariamente.

Faço esta espécie de declaração de interesse tenho como pano de fundo a tese de doutoramento apresentada na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra pelo doutorado Gonçalo Brás, que a iniciou em 2012. Nesta tese é defendido que: “as pessoas são empurradas para o mercado, muitas vezes impreparadas, o que pode resultar no endividamento das pessoas”. Apesar do erro ser algo que possa acontecer, isso também mostra que o empreendedorismo surge, não parcas vezes, por necessidade e não como oportunidade, pois as pessoas estão em situação de desemprego e o Estado, isto é, uma determinada visão de estado, quer ver como oportunidade e possibilidade do empreendedorismo, declarando ser essa a última oportunidade de adquirir os meios necessários para sobreviver.

Assim, sendo a alavanca do empreendedorismo português a falta de emprego, o que acontece é que este “empreendedorismo” gera turbulência no tecido empresarial. Mas o pior é o Governo alimentar este tipo de empreendedorismo criando programas, em que uma das condições para poder candidatar-se é estar desempregado. Se olharmos para a nossa realidade mais próxima, é isso que se verifica, as empresas geradas pouco ou nada conseguem para dar o passo seguinte, às vezes até voltando e dando um passo atrás. Se analisarmos o facto de a maioria das empresas madeirenses pertencerem a um tecido empresarial frágil, e, em grande parte, direta ou indiretamente dependente do Estado ou do turismo e com uma gestão familiar, temos a demonstração de quanto esta tese está de acordo com a nossa realidade. É uma condição essencial, primeiramente, para um empreendedor conhecer-se a si próprio, algo que se pode ver em qualquer livro de Gestão, uma condição defendida por Sun Tzu n'"A Arte da Guerra", para que se possa conseguir triunfar em qualquer batalha, sendo, neste caso, necessário conhecer o negócio (o terreno) e os concorrentes (o inimigo).

Com isto, não quero dizer que qualquer um possa ser um grande empreendedor, - quero dizer tão-só que, para se ser empreendedor, é necessário conseguir reunir diversas caraterísticas para poder crescer e tornar-se sustentável , tendo, assim, os alicerces profundos e adequados à circunstância.

Artigo publicado na Revista Madeira Digital

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