quarta-feira, 2 de setembro de 2015

A Europa refém do seu passado

Uma Europa cada vez mais refém do seu sentimento de culpa da I e II Grande Guerra abdica de decidir. A Europa adquire hoje significados diversos, consoantes os povos: de peso para os nórdicos; de sofrimento o sul e todavia de esperança para os povos do médio oriente e de África.

A “vala comum” em que se transformou o Mar Mediterrâneo, a guerra declarada pelo Governo da Hungria aos imigrantes, o bloqueio às hordas em Calais e em Ceuta, os novos muro em todo lado… São vários os muros de Berlim que existem no mundo atual, uns visíveis e outros invisíveis, mas não menos pesados.
Enquanto nós europeus procuramos combater uma guerra financeira com motivos que poucos entendem, mas que dizem que temos de pagar e pagar mais e mais, seja ou não para financiar bancos, a verdade é que várias pessoas no Mundo procuram viver, procuram uma oportunidade, arriscam a vida para ultrapassar muros, mares, oceanos, seja que barreiras forem. E se uns procuram uma vida melhor outros procuram apenas viver. E nós, enquanto povo emigrante e descobrir de novos mundos, não podemos olhar indiferentes a estes casos. Quando os portugueses emigraram e voltam a emigrar para França, Inglaterra, Austrália, Estados Unidos, países nórdicos ou até mesmo para o Médio Oriente ou África vão sempre na esperança de encontrar uma melhor oportunidade financeira que lhes dê segurança económica que o seu país não é capaz de criar. Aqueles, a quem chamam refugiados, na verdade não passam de portugueses que emigram não para uma oportunidade de melhorar a sua vida financeira, mas uma oportunidade de vida, uma oportunidade de ter uma vida.

Muito se debate sobre estes povos que têm chegado à Europa e de como os acolher, mas nunca se pensa como resolver verdadeiramente o problema deles, o problema deles é a falta de paz, a falta de ajuda que os países desenvolvidos continuam a negar-lhes. Por outro lado também lhes negam a oportunidade de viver. A guerra é deles, e nós dizemos que nada temos a ver, mas quando vemos milhares de pessoas morrerem, milhares de pessoas sequestradas, milhares de pessoas molestadas, o património da Humanidade ser destruído em vários locais, as autoridades, os nossos políticos fazem um silêncio ensurdecedor e preocupam-se unicamente com a quantidade de refugiados a chegar à Europa. Mas será que se vão preocupar quando fecharem algumas das matérias-primas que esses países nos podem fornecer?

Não se pode viver alienado da realidade ao querer fugir destas guerras. Os países com possibilidades têm de dar uma ajuda séria e uma resposta séria aos terroristas que continuam a impor a lei do terror em várias partes do Mundo. Há que querer mudar este mundo, o mundo destas pessoas! É uma responsabilidade nossa, e dos nossos governantes darmos oportunidades a todos, quer tenham nascido em Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Síria, Líbano, Nigéria ou outro qualquer parte do Mundo… Os países não podem viver fechados dentro das suas próprias organizações ou até mesmo ser asfixiados pelas suas próprias organizações. Só um mundo livre será livre deste drama.

Artigo de opinião da Madeira Digital

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