Há muitos anos, numa campanha eleitoral para a Câmara Municipal de Lisboa, participei em algumas ações do então candidato, Santana Lopes, da coligação liderada pelo PSD. Lembro-me bem de uma apresentação em que ele falava, convicto, da importância de recuperar a vida social de bairro. Dizia que as pessoas deviam poder viver o seu dia a dia à porta de casa: levar os filhos à escola, ir às compras, à piscina, ao campo de futebol... tudo ali, sem precisar de grandes deslocações. Uma cidade grande, sim, mas com um coração de aldeia. Aliás, como acontecia, AAL, antes do AL, nos velhos bairros que tornaram famosa a Lisboa do fado com velhas tendinhas.
Ideal bonito. Foi concretizado?
Na pressa da modernidade, da mobilidade, do progresso... perdemo-nos?
Há muitos anos, numa campanha eleitoral para a Câmara Municipal de Lisboa, participei em algumas ações do então candidato, Santana Lopes, da coligação liderada pelo PSD. Lembro-me bem de uma apresentação em que ele falava, convicto, da importância de recuperar a vida social de bairro. Dizia que as pessoas deviam poder viver o seu dia a dia à porta de casa: levar os filhos à escola, ir às compras, à piscina, ao campo de futebol... tudo ali, sem precisar de grandes deslocações. Uma cidade grande, sim, mas com um coração de aldeia. Aliás, como acontecia, AAL, antes do AL, nos velhos bairros que tornaram famosa a Lisboa do fado com velhas tendinhas.
Ideal bonito. Foi concretizado?
Na pressa da modernidade, da mobilidade, do progresso... perdemo-nos?
Há muitos anos, numa campanha eleitoral para a Câmara Municipal de Lisboa, participei em algumas ações do então candidato, Santana Lopes, da coligação liderada pelo PSD. Lembro-me bem de uma apresentação em que ele falava, convicto, da importância de recuperar a vida social de bairro. Dizia que as pessoas deviam poder viver o seu dia a dia à porta de casa: levar os filhos à escola, ir às compras, à piscina, ao campo de futebol... tudo ali, sem precisar de grandes deslocações. Uma cidade grande, sim, mas com um coração de aldeia. Aliás, como acontecia, AAL, antes do AL, nos velhos bairros que tornaram famosa a Lisboa do fado com velhas tendinhas.
Ideal bonito. Foi concretizado?
Na pressa da modernidade, da mobilidade, do progresso... perdemo-nos?
Porque a verdade é esta: não precisamos de mais carros. Precisamos de mais vida.
Um sítio – seja na Madeira ou em qualquer lado – não é apenas um conjunto de ruas. É feito de histórias, de afetos, de pertença. O lugar onde se cresce, se ri, se sofre, se vive. Recuperar essa memória é urgente. Com eventos locais, associações, arquitetura que convida ao encontro, casas do povo, juntas de freguesia atentas.
Até a tecnologia pode ajudar nesse retorno do tempo antigo: com apps que promovam o consumo local, plataformas de partilha entre vizinhos, espaços de teletrabalho comunitários.
Deslocarmo-nos continua a ser importante. Explorar, conhecer, viajar... sim. Mas ficar horas no trânsito, enfiados no carro, engolidos pelo ruído e pelo cansaço, não é liberdade. É uma usurpação de tempo social e cultural, das manhãs com os filhos, as conversas no café da esquina, um simples pôr-do-sol no miradouro.
A vida de sítio não era uma coisa velha, nem apenas uma memória bonita. É um projeto para o futuro. Um futuro mais calmo, mais próximo, mais nosso, mais solidário.
E, talvez, ao reconstruirmos esse modelo, redescubramos uma verdade antiga: a melhor cidade não é a mais veloz e nos leva o tempo, mas a que nos devolve tempo para a viver.
Publicado no JM-Madeira
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