Portugal esta semana está no centro do Mundo ou melhor, Lisboa. Os políticos portugueses só se interessam por Lisboa. Qualquer outro tipo de evento que tenha alguma escala é roubado para Lisboa ou terá que ser em Lisboa! A razão? Simples para eles. É o único local com as condições para tal, no entanto obriga sempre todos os “contribuintes a contribuir” para a construção de mais qualquer coisinha, como é o exemplo das Jornadas Mundiais da Juventude em 2022.
Acabando com a história do centralismo, que todos já conhecemos existir. Vamos ao Websummit. Portugal volta a acolher o Web Summit, sendo a maior conferência da Europa de tecnologias e que se realiza anualmente desde 2009. Este ano tem a particularidade de “trazer” virtualmente Edward Snowden, que está asilado na Rússia. Edward Snowden denunciou, sacrificando a sua vida pessoal, os vários atentados à liberdade e privacidade que cada um de nós sofre às malhas do Governo Norte Americano, mas também das milhares e empresas web.
Na passada segunda-feira, ele voltou a referir que todos os dados que empresas como a Google, Facebook e etc… recolhem são para benefício delas e para usar em outros tantos dados. Tudo isto é certo, cada um de nós deverá ter a consciência que ao estarmos na web estamos a ser espionados e estamos a partilhar a nossa privacidade, se é que podemos chamar a isso privacidade.
Voltando a Portugal e a Edward Snowden, o que tem em comum? Nada, absolutamente nada, pois este mesmo Portugal que paga para ter a Web Summit e convidados como Edward Snowden a explanar sobre cybersegurança, mas também sendo o maior whistleblower, tem em cativeiro Rui Pinto.
Rui Pinto é um rapaz português que está preso há cerca de 6 meses e qual a razão? Por ter invadido sistemas informáticos e partilhando informações do desconhecimento geral, mas que se revelaram essenciais para várias entidades de países europeus recuperar impostos, que várias personalidades deste mundo continuam a fugir. Em Portugal, quando começou a ser revelado tais esquemas, a justiça conseguiu arranjar maneira de ir à Hungria e prender, sem nunca ter sequer querido recuperar cêntimo de impostos roubados ao Estado Português.
Este whistleblower não é totalmente inocente, mas fez o trabalho que as autoridades portuguesas deviam ter feito. Contudo, até hoje como se sabe todos estes assuntos de fuga aos impostos em nada interessam, até porque os Panama Papers estão esquecidos em uma qualquer gaveta.
Só quero demonstrar a hipocrisia de um país que se veste de gala para receber um whistleblower, mas que se esconde e mantém em cativeiro outro whistleblower.
Publicado no JM-Madeira no Siga Freitas
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