quinta-feira, 5 de julho de 2018

A AUTONOMIA É O PODER DE CONSTRUIR O FUTURO


Este mês iniciou-se com o Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses, um dia verdadeiramente importante e que é celebrado por todos os madeirenses, vivam ou não na nossa Região.

Mas que valores ainda nos trazem a Autonomia? Há quem diga que temos autonomia e não sabemos usar. Que autonomia é essa?

O sentem e vivem os madeirenses sobre da Autonomia? Uma Autonomia que possibilita termos um Governo e uma Assembleia. Mas a Autonomia, que é de dos madeirenses, não é apenas isso. Como viver e como sentir a autonomia?

Vamos a uma metáfora, daquelas que, muitas vezes, utilizo. Melhor, uma parábola.

Somos todos uma família, e existe um pai autoritário, nós, não passamos de seus filhos. Decidimos sair de casa e fazer uma casa ao lado da dos nossos pais, pois já temos alguns anos e capacidades para desenvolver mais e melhor as nossas capacidades e, além do mais, queremos constituir família.

Na construção dessa casa, ele permite ter duas portas, mas só uma está disponível para utilizar. Uma daquelas só podemos usar no Verão, pois alega que no Inverno faz chuva. Já no resto dos meses podemos usar a outra porta, mas, atenção, há dias em que ele solta um cão que nos odeia e não nos deixa entrar em casa, acabamos, muitas vezes, por ter de ir para a casa da sogra dormir.

Finalmente, dizemos vamos: trabalhar e ganhar algum dinheiro para melhorar a casa e ter mais portas, mais janelas e, quem sabe, ter algum luxo. Mas o pai diz que parte desse dinheiro é para pagar a casa que construímos ao lado, pois diz que já deu o terreno e o terreno valia muito dinheiro, tudo mentira, pois aquele terreno era de agricultura e quem plantava era o filho, logo era do seu suor.

No meio disto tudo, os filhos que vivem lá em casa têm todos os luxos, piscina, pois vivem na casa do pai, ginásio e podem sair e entrar de casa pagando uma mera portagem, mas sem qualquer tipo de inconveniente.

Já o filho que decidiu ser autónomo vê-se cada vez mais apertado, sem dinheiro, muitas vezes sem conseguir entrar ou sair de casa, perante as regras e leis ditatoriais do pai. Até que a esposa, as mulheres nestes casos têm sempre uma postura inaudita e de furacão, daí os furacões terem sempre um nome feminino, a mulher diz: temos de tomar uma atitude, vamos criar as nossas leis e ele terá que ceder, pois a verdade é que o terreno aqui estava desvalorizado, e nós valorizamo-lo. Trouxemos beleza com o nosso jardim e, mais certo que isso tudo, dilatamos o nome da família cada vez mais longe. Temos financiado o empréstimo para ele pagar a casa dele, mas ele não nos ajuda quando estamos doentes, não nos deixa financiar e, quando vamos à casa dele, temos que levar tudo. Basta!

A Autonomia é isto! Era termos a capacidade de sermos mais e conseguirmos atingir mais sucesso. Portugal faz parte deste sucesso, o pai, que não queremos que seja um pais. Queremos que vejam que somos uma região como é a região de Lisboa e Vale do Tejo ou o Algarve. É isso que se procura.

A Autonomia precisa de ser renovada, mas, acima de tudo, novamente conquistada. E as conquistas nunca se fizeram com amizades, beijos e abraços. Já aqueles que são mandatários e anti-autonomia, com promessas de sereia, não merecem ser parte desta Autonomia. Atenção aos falsos profetas que alegam sempre: “para que querem mais Autonomia, se têm Autonomia e não a usam?” A questão essencial não é essa. A Autonomia só existirá quando pudermos ser nós a traçar o caminho que nos permita construir o nosso futuro.

Sem comentários:

Enviar um comentário

O blogue Madeira Minha Vida não é responsável pelos comentários reproduzidos no blogue.
Cada comentário é da responsabilidade de quem o redige.

Comente com ponderação!