sábado, 6 de janeiro de 2018

EU TAMBÉM QUERO SER UM PARTIDO!


O financiamento dos partidos, neste momento, deve colocar bolinha vermelha no cantinho direito. Ora, este financiamento dos partidos, desta forma, é obsceno para não dizer pornográfico, é um absurdo, é um escândalo se tivermos em conta que vivemos num país em que temos dos impostos mais altos do Mundo, diretos e indiretos.

Na penumbra da noite, a mesma penumbra em que o Pai Natal atravessa no Natal para entregar as prendas, os partidos para seu proveito próprio e juiz em causa própria, queriam dar uma prenda, mas não queriam que ninguém soubesse de nada. O problema foi que foi feito em momento que ninguém estava à espera que alguém ligasse às notícias, todos deviam estar entretidos com o Natal e agora, que maçada, vão ter que voltar atrás e ninguém esteve nisso, nem ninguém concorda com nada.
O argumento mais badalado para financiar os partidos é aquele: “mais vale haver financiamento dos partidos do que vivermos numa ditadura.” Algo inteiramente absurdo. E vou explicar a razão: ninguém quer viver em ditadura, simplesmente deverá haver angariação de fundos, como acontece na Suíça (ou nos EUA, em que os candidatos, normalmente, abdicam do fundo estatal), para as respetivas campanhas eleitorais. Agora irão dizer os puritanos ou serão pseudo-ingénuos a dizer: mas isso irá criar lobbies e poderá provocar corrupção. É certo, sim senhor, mas isso já não acontece? Veja-se onde vão ter ex-políticos, a que empresas vão ter? As mesmas que antes privatizaram, as mesmas que antes deram uma concessão qualquer. Tudo isto é falso, é pura demagogia.
O cidadão português, enquanto contribuinte, não deve financiar os partidos. Agora, eu enquanto militante, simpatizante ou o que quer que seja do partido A, B ou C posso doar algum do meu dinheiro. Por exemplo, nas eleições presidenciais, apesar de haver financiamento estatal, a grande parte é de financiamento privado ou de partidos políticos. Um presidente que se quer independente de tudo e todos, não haverá aqui qualquer questão lobista a ser levantada? Por exemplo: beneficiar determinado partido? Penso que na nossa história temos exemplos flagrantes disso.

Depois vamos à equidade entre partidos e candidaturas independentes para as autárquicas, já que as candidaturas independentes só recebem em condições muito específicas, ou seja, tudo feito para não receberem nada.

Sou contra que os partidos não paguem impostos e recebam qualquer financiamento estatal, sou favorável a que recebam em géneros. Por exemplo, utilizem meios públicos para fazer as suas campanhas, tais como a RTP (atenção: sou, cada vez, a favor da sua privatização). Sou contra que existam cartazes fora dos MUPIs, mas mesmo dentro dos MUPIs acho que não deviam existir. Não há um cartaz que faça um cidadão decidir em votar em A ou B só porque tem uns dentes bonitos ou tem uma frase que pode provocar uma “dança” qualquer. O tema do financiamento dos partidos deverá ter uma ampla discussão com todos.

A verdade é que se prevê que, até ao fim desta semana, o Presidente da República Portuguesa vete a lei, mas a mesma poderá novamente ser aprovada, e a verdade é que o PSD já irá ter uma nova liderança e ambos os candidatos já disseram que são contra, bem como agora o BE e o PCP já disseram que são contra, pelo menos em determinados aspetos, mas só porque foi publicitada.
Gostaria de pedir para 2018 que os partidos se entendessem numa reforma a sério da Segurança Social, da Constituição, lei eleitoral e outras questões fundamentais para o Povo Português, mas não, eles unem-se para servir-se dos contribuintes.

A mensagem do Presidente da República disse e bem, na declaração ao país de Ano Novo: “tem de ser o ano da reinvenção da confiança dos portugueses na sua segurança” e “é ter a certeza de que, nos momentos críticos, as missões essenciais do Estado não falham nem se isentam de responsabilidades.” É por isso mesmo que os partidos que estão na Assembleia da República têm que ter maior responsabilidade nas suas decisões em prol dos cidadãos e não em prol dos deles próprios e grupos parlamentares.

Se tudo continuar neste rumo de coisas, já não quero ser uma raríssima, mas antes um partido qualquer com 5% de votos para receber aquela subvenção toda e possuir todas aquelas isenções de impostos.

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