domingo, 9 de julho de 2017

Sempre alerta!


Antes de mais, tenho que fazer um ponto de situação. Eu pertenci à última geração com obrigatoriedade de “ir à tropa”, contudo, por motivos de entrada no Ensino Superior, pedi adiamento. E no ano seguinte, infelizmente, deixou de ser obrigatório. Todavia, se hoje tivesse 17 ou 18 anos, teria tentado seguir a vida militar. Acho que a vida militar é defender uma causa, defender a Pátria, mas, sobretudo, relevo todos os valores que as Forças Armadas transmitem, nomeadamente a camaradagem, valores que são fundamentais para a construção de qualquer ser humano.

Os únicos encontros que tive com as forças armada foram: primeiro, no dia da Defesa Nacional, posteriormente, numa formação de empreendedorismo com a Marinha, nomeadamente nos Fuzileiros.

Confesso que foi uma das melhores experiências que tive, é óbvio que não era algo como entrar na vida militar, mas foi interessante conhecer diversas técnicas que se pode utilizar, desde liderança, mas também no empreendedorismo.

Falemos agora do assunto sério, o armamento que desapareceu no paiol de Tancos. Este é um assunto muito sério, esta situação é muito grave para a defesa do nosso País, este assunto devia fazer com que qualquer graduado responsável por aquele paiol fosse demitido e todos os seus superiores hierárquicos. A questão financeira não pode ser o cerne da questão, isto aqui trata-se de defesa nacional. Trata-se de um assunto muito sério. Recordo-me de uma das frases de um militar do Exército, no meu dia da Defesa Nacional, em que ele questionou-nos: “vocês acham que as nossas Forças Armadas estão mal preparadas?” E timidamente alguns abanaram a cabeça como sim, e ele, muito rápido, conta: “sabem, uma vez, estava eu no Kosovo, e fez-se uma coluna militar, em que primeiro iam os americanos, depois italianos e por aí fora, até chegar aos portugueses. Os americanos iam com os seus Hammers e de GPS, já os portugueses com o equipamento que possuíam. De repente, acontece uma grande tempestade de neve, e o GPS dos americanos vão à vida e perdem os satélites e ficamos ali perdidos. Eis que os portugueses, com o mapa do local e uma bússola, conseguem orientar a coluna militar até à base, completando a missão com sucesso.” O episódio, que conto de memória, com eventuais falhas naturais, sobretudo demonstra a nossa técnica e capacidade humana.

Este assalto em Tancos nunca poderia ter acontecido, não por causa da falta de videovigilância, mas sim porque precisamos de motivar os nossos militares, porque eles, sim, são o nosso escudo e a base fundamental da segurança do nosso país. Se não fossem eles, hoje é certo que não estaria nestas páginas a escrever estas linhas.

É normal, que hoje estejamos todos desmotivados, sofremos cortes no orçamento familiar, tal como os militares, mas, mais do que nunca, precisamos de recuperar o país. Mais o que é certo é que o atual Ministro da Defesa está sem condições políticas para continuar, mesmo que não seja o responsável objetivo pelo acontecido. A Defesa Nacional não pode funcionar como uma gerigonça, mas como um carro de combate!

Artigo publicado na Crónica Siga Freitas - JM-Madeira

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