Bem que eu há muito que digo que o Sr. Deputado Carlos Pereira será meu companheiro, e pode-se comprovar pelo seu perfil no Facebook.
"Ideologia política: Social democracia - PS", isto parece-me um Bloco Central, como estamos em Portugal deduzo que a Social Democracia será do PPD/PSD, se tivesses em outro país da Europa se calhar podia ser da família política do PS, mas em Portugal é o PPD/PSD.
Já agora, a minha pergunta ao Sr. Deputado Carlos Pereira: Como católico, concorda com o casamento entre pessoas do mesmo sexo?! Foi uma questão que ficou em aberto...
E quanto à polémica da extinção das empresas públicas, que o Miguel Fonseca ataca o Carlos Pereira, e defende o Roberto Almada, é vergonhoso o Miguel nem conhecer as propostas do seu partido.
Então as empresas que desenvolvem e desenvolveram certas regiões, não fazem sentido? Só porque falharam em alguns sectores ou em alguns projectos? Não reconhecem a viabilidade dessas empresas?!
A ideologia não se vê pelo nome dos partidos, vê-se nas políticas que defendem.
ResponderEliminarNenhum partido que se identifique com a ideologia social democrata pode defender as politicas que o PSD defende na área social...
Então um neoliberal é?!
ResponderEliminarEntão a social democracia é?! A social democracia é algo muito amplo, como sabe... Será uma social democracia do Sul da Europa? Ou Nórdica?! Será aquela que Sá Carneiro defendia - a nórdica?
Ah... É que as propostas do PS são claramente socialistas ou essa social-democracia que refere.
Acabar com os SCUT - proposta do Santana Lopes aquando das eleições de 2005.
Não diminuir IVA - proposta da Dr.ª Manuela Ferreira Leite;
Suspender obras públicas - propostas da Dr.ª Manuela Ferreira Leite.
Privatição das empresas públicas - propostas neoliberais...
Isto é que é... É isto a social-democracia a que se refere?! Se calhar deve ser...
BBS,
ResponderEliminarIntrometendo-me no debate, curiosamente as propostas que referes são todas referentes ao campo económico e não ao campo social como o André Costa referiu.
E o que o anterior comentador referiu é perfeitamente verdade: não se pode ver a ideologia de um partido pelo nome que ostenta, mas sim pelas políticas que defendem. Algo que se aplica e bem ao PSD em Portugal. O PSD foi criado num contexto e hoje em dia agrupa um conjunto de sensibilidades, que a ver bem, em condições normais, nem estaria junta no mesmo agrupamento político*.
É preciso ter em conta algumas premissas, até para juntar informação ao debate:
- o centro-esquerda, em especial depois da adopção generalizada da terceira via de Giddens e Blair, passou a assumir "descomprometidamente" ou sem qualquer objecção de cariz moral, certos princípios económicos que era defendidos pelo centro-direita. Esta aceitação tácita deve-se ao clima de hegemonia vivido no pós-queda do Muro de Berlim, onde os modelo económicos defendidos pela esquerda colapsaram ou saíram chamuscados pela vitória moral do capitalismo. Claro que existe sempre o exemplo nórdico, mas mesmo estes países, iniciaram nesta década uma adopção de medidas neste sentido - em especial a Dinamarca. Daí que a política económica seguida por muitos governos ditos socialistas (afectos ao centro-esquerda) pudessem arrepiar o militante mais purista. As circunstâncias assim o ditaram (maior integração numa União que tem um elevando pendor neoliberal; o próprio sistema económico internacional assim o determina, etc.) dirão outros. O que sei é que este governo de Sócrates, olhando a algumas medidas, seria catalogado de centro direita noutro contexto histórico e económico.
- Em Portugal (existem vários estudos nesse sentido - o último livro do André Freire demonstra isso mesmo p.e.) as distâncias reais entre os dois maiores partidos de poder são das mais baixas no contexto europeu. Aliás, é precisamente a nível económico que estas diferenças são mínimas. separando o eleitor mediano e o militante mais informado, notamos até que as maiores distinções são realçados por este último, o que indicia que para o eleitor mediano, estas diferenças neste campo são praticamente nulas. E em exercício efectivo de poder, aí é que é possível notar essa mesma situação (até devido a algumas circunstâncias que referi no primeiro ponto).
- Mas o que fará então as reais diferenças, aquelas que efectivamente são depreendidas pelo eleitor mediano? É precisamente o posicionamento perante a questão social e de costumes. Aliás, não é à toa que o PS tanto insiste nessa agenda (em especial na liberalização de costumes). Com uma política económica tão voltada para o centro (para não dizer direita), convém para satisfação do seu eleitorado, manter activas estas bandeiras. É aqui que efectivamente um cidadão e eleitor mediano que consulte meramente jornais, se define ou define o campo ideológico de um partido (estou a falar em Portugal - aliás, deixo a dica para um excelente artigo de uma politóloga cujo nome não me ocorre na revista do Expresso de há uma ou duas semanas, sobre esta mesma questão).
(cont.)
Em relação ao post, creio que há da tua parte um equívoco. Se fores a ver, a nível europeu, o PSD engloba-se na família dos partidos populares e democratas-cristão europeus, mais afecta ao centro-direita, com premissas conservadoras a nível de valores e premissas mais liberais a nível económico. A terminologia adoptada, deve-se a factores históricos e culturais (o calor da Revolução ainda se fazia sentir (o próprio CDS apoiava o "caminho para o socialismo", a entrada na Internacional Socialista tinha sido vetada pelo PS português fundado na Alemanha em 1973, etc.). Isso não invalida que Sá-Carneiro pudesse ter uma concepção mais "nórdica" do modelo a implantar, mas isso não quer dizer que o partido tenha mantido essa matriz. Aliás, longe disso, em especial com a ascensão de Cavaco Silva ao poder. Aí o partido passou a ser visto como um partido de tecnocratas, o partido do self made man, o partido que não se vergava a dogmas ideológicos (como os que afectavam o PS português no final da década de 80). Esta última característica é aliás, e a meu ver, uma das principais razões para este longo ocaso de poder nas últimas duas décadas. O PSD enquanto esteve no poder (durante o consulado de Cavaco), não fez a devida revisão ou discussão ideológica. O PS, que com a terceira via, tem um modelo que tenta mimetizar e adaptar ao país, bem ou mal, tenta efectuar essa discussão (engraçado como o PS neste momento se debate com esse problema - aliás, JA Seguro e Paulo Pedroso, em especial este último, já publicamente vieram a terreno alertar para isso). A herança de Sócrates para o PS será pesada, mas isso seria tema para um outro (longo) comentário.
ResponderEliminarVoltando ao tema, o que acontece é que houve um claro desvio ideológico no PSD, que pese mantendo a sua terminologia, acaba por defender uma agenda que em nada deve ao nome.
O que o Carlos Pereira introduziu na sua página de FB (engraçado como uma pequena particularidade pode dar azo a comentários bem longos - desde já as minhas desculpas a ti ao leitores pela imensão de caracteres ;), poderá assim, e à luz do tudo aquilo que escrevi, ter um real fundamento segundo a sua visão e posicionamento aos mais variados temas. E sendo o PS um partido tendencialmente laico, isso não invalida que haja no seu seio praticantes activos de alguma fé.
* introduzi este pequeno disclaimer (asterisco no início do texto) para partilhar um pequeno exemplo que tive há bem pouco tempo, a nível de sensibilidades contraditórias existentes no PSD. Conheci, por obra do acaso, numa simples saída à noite, um militante do PSD com cartão, apoiante de Passos Coelho (da campanha ou algo do género), cuja simpatia e espaço político natural era o PNR. A concepção de sociedade, o desprezo pela lógica democrática, a própria concepção de estado, entre outras coisas mais evidentes (espaço vital do III Reich, a economia de guerra perpétua, a concepção tremendamente hobbesiana da sociedade, etc.) que claramente comprovavam isso (sabendo tu o meu posicionamento ideológico, concerteza deduzirás que foi uma conversa que deu pano para mangas - eu e os meus amigos, alguns de de diferentes sensibilidades políticas que não a minha (devo realçar) nem fomos pelo óbvio - a questão darwinista que foi levada ao extremo pelo regime nazi, com a dita solução final).
Apenas uma questão de lógica de poder, o fazia ser militante do PSD, que para si era o partido melhor posicionado no campo da direita.
Nesse aspecto, devo reconhecer que a direita é bem mais pragmática que a esquerda, que sendo mais sectária acaba por perder real apoio.
Obviamente uma andorinha não faz a primavera, mas onde estará o limite em termos de princípios morais e éticos? É que há matérias que não podem ser igualmente catalogadas e princípios que não devem ser ultrapassados, em nome de uma simplista dicotomia direita-esquerda.
il_messagero,
ResponderEliminarConcordo com quase tudo do que escreveste nestes fenomenais comentários.
Mas são propostas socio-economicas, porque também afectam a área social.
Actualmente, os partidos, cada vez mais, estão longe da sua matriz original. O próprio Mundo, isto é, as multinacionais é que "mandam" na economia e o resto tem que "obedecer". Fosse que partido fosse, teria que tomar atitudes destas por imposições da UE. É claro que há algumas diferenças na maneira cumprir as imposições da UE.
Mas, como é óbvio a ideia do post, não era defender a social-democracia ou o socialismo... Era sim, constatar que o deputado Carlos Pereira ainda será meu companheiro de partido! eheheh
Quanto, ao rapaz que podia pertencer ao PNR, acho que qualquer português, seja de que partido for, e apoiante seja de quem for, tem alguns tiques de extrema direita e ou extrema esquerda. Se falarmos um comunista no alentejo e dissermos que um estrangeiro vai comprar os terrenos e dar emprego àquela gente toda numa excelente fabrica e com excelentes salarios, ele dirá logo que é estrangeiro e vai roubar as terras... E bla bla... É claro que os opostos tocam-se... Mas a maioria dos portugueses têm esses tiques... Este é um dos muitos exemplos que poderia dar! Não é verdade?!
Abraço
Para Carlos Pereira ser teu companheiro de partido, o que está o PSD/M disposto a dar-lhe?
ResponderEliminarSão conhecidos casos de mudanças de elementos da Oposição para a Situação a troco de "tachos".
Torna-se necessário saber se CP aceita mudar-se.