quinta-feira, 16 de julho de 2020

A NOTÍCIA DA MORTE DA TAP É MANIFESTAMENTE EXAGERADA



–Ai… Ai… Manuel, já me viste isto, vamos ficar sem telefone. O Governo vai vender a PT! – argumenta, nervosa, a Maria.

– Oh Maria! Não te preocupes, isso vai resolver-se.

– Já me viste, os privados… Ai os privados. Eles vão destruir a PT, vamos ficar sem telefones, sem internet, sei lá.

Passado uns anos… A PT é dividida em duas empresas e vendida e existe concorrência saudável, às vezes, para os consumidores.

Agora a discussão é a TAP, o Estado privatizou, nacionalizou, privatizou e sei lá mais o quê, mas continuamos com esta discussão.

Vamos analisar os passageiros que utilizaram a TAP nos aeroportos portugueses em 2019: Funchal, só 27% dos passageiros utilizaram a TAP; Ponta Delgada, 16%; Porto, 19%; Beja, 0%; e só Lisboa, com 52% dos seus passageiros a utilizarem a TAP, mantém uma percentagem significativa. Isto é o que indicam os relatórios trimestrais da ANAC de 2019.

Então, se a TAP é para ser rentável, coisa que se vai ver, pois só o poço de petróleo chamado contribuinte é que faz a mesma sobreviver. É uma companhia aérea para Lisboa e não para servir o país. Será que os portugueses a desejam?

Esta mesma empresa pública não faz ligação ao Porto Santo desde a Madeira, que é assegurada por uma empresa espanhola. Esta empresa pública não vai às comunidades portuguesas. Quando o Estado precisou de resgatar portugueses no estrangeiro, fretou aviões de companhias estrangeiras. Então pergunto: qual a necessidade de pagarmos milhares de milhões para uma empresa que nada tem a ver com Portugal, pois a única coisa que possui é as cores de Portugal na fuselagem. Será que fará sentido, novamente, os contribuintes serem chamados a salvar mais uma empresa?

Ninguém se lembrou como é que David Neeleman comprou a TAP, pois… com o “prémio” da Airbus de 70 milhões de euros em troca da encomenda que a TAP pública, tinha feito à Airbus. Logo, esses foram os milhões aplicados por Neeleman na compra da TAP, tudo isto é contado num artigo de Carlos Santos no Sol de 16 de julho. É claro que agora os contribuintes pagaram 44 milhões a Neeleman e ainda vão injetar 1,2 mil milhões na TAP.

A senhora Maria estava preocupada com a privatização da PT, pois o cenário com que a esquerda intoxica a comunicação social é que vai acabar esse serviço, mas depois já se sabe. Com a TAP, a esquerda procura fazer a mesma coisa...

Sabe, caro contribuinte, a TAP é o clube de futebol do Estado Português, que ano após ano dá prejuízo, mas, por “amor à camisola”, tem de existir, fará umas vendas, umas contratações e tudo fica igual, mas está em falência há anos, apesar de cobrar centenas de euros para uma mera viagem entre as regiões. Já se mudou várias vezes o treinador, consegue-se títulos de melhor companhia e etc… mas, no fim, as dívidas mantém-se e há mais um campeonato para disputar.

O Estado injeta direta e indiretamente milhares de milhões de euros, todos sabemos, mas todos assobiam para o lado. O subsídio de mobilidade não é mais que um subterfúgio de financiamento indireto à TAP e não de salvação aos madeirenses e açorianos.

A TAP vai continuar a existir e ainda bem, mas devia ser de vez privatizada, sem qualquer intervenção dos contribuintes. Mas, se for para nacionalizar, que seja para fazer serviço público!

Sou a favor da TAP, sou contra a nacionalização, mas se vão nacionalizar tem de cumprir serviço público!

De facto, os relatos sobre a morte da TAP são manifestamente exagerados!

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