segunda-feira, 23 de julho de 2012

O que há de errado nesta notícia?

Há muito que vejo o Camilo Lourenço e acho que é das pessoas que tem uma opinião sensata, daí eu concordar e subscrever o que ele escreveu hoje:

«"Anúncios de emprego oferecem mais dinheiro a serralheiros que a advogados, arquitectos e engenheiros". Há alguma coisa de errado nesta notícia? Não, não há. Está tudo no "site" do IEFP.
Em três mil ofertas de emprego, os salários oferecidos a canalizadores e serralheiros são pelo menos iguais aos de engenheiros, advogados e até arquitectos. Há um pedido para um engenheiro mecânico em Lousada, que tem de saber Inglês, Francês e Castelhano, cujo salário prometido (600 euros), é duzentos euros inferior ao de um montador de tubagens em Valença, um torneiro mecânico em Alcobaça e um serralheiro mecânico em Pombal!!!

O que explica este fenómeno, susceptível de desencorajar os jovens mais determinados em estudar (de que vale passar anos a queimar pestanas para acabar a ganhar mal)? Simples: oferta e procura. Nos últimos vinte anos cresceu o número dos que procuram "canudo", muitos obtidos em universidades "manhosas", em detrimento de candidatos a cursos técnicos. E como ninguém quer ser torneiro, serralheiro, etc (a função não dá "status"), o preço dos serviços prestados pelos poucos técnicos nestas áreas cresceu. Quem não se viu aflito para contratar um electricista ou canalizador quando tem um problema em casa? E quando se encontra, paga-se os olhos da cara...

Esta situação é o espelho da sociedade portuguesa: existe a obsessão pelo "canudo", em vez da obsessão por um curso com utilidade para a economia: veja-se as vagas, no ensino superior, para a área de Informática e compare-se com Direito... Enquanto isto for assim teremos desemprego elevado, falta de mão-de-obra qualificada e dificuldade em captar investimento estrangeiro.»


E agora? Como equilibrar a balança?

Sem comentários:

Enviar um comentário

O blogue Madeira Minha Vida não é responsável pelos comentários reproduzidos no blogue.
Cada comentário é da responsabilidade de quem o redige.

Comente com ponderação!