"Portugal gosta de viver à sombra do Estado, mas raras vezes um governo quis controlar tanto o Estado como o que temos.Ontem de manhã fui ao Portal do Governo, abri um por um os perfis profissionais de todos os membros do Governo, e confirmei uma suspeita: nenhum deles trabalhou a maior parte da vida no sector privado. A maioria nunca o fez. Alguns, poucos, exerceram vagamente a advocacia, mas há muito que não têm “escritório”.Duas ministras terão ganho mais em direitos de autor do que com os proventos dos lugares que mantêm na administração pública. E até a “sindicalista” nunca trabalhou numa empresa, começou logo como funcionária da UGT. Considerando o conjunto dos ministros, o número total de anos passados no Parlamento ou em gabinetes ministeriais não deve ser muito diferente do acumulado a dar aulas em universidades públicas. Perguntar-se-á: mas porquê a minha suspeita? E será que podemos tirar alguma ilação desta constatação? Na verdade não há mal intrínseco em se ter feito toda a carreira no sector público. Nem de tal se pode tirar qualquer ilação, sobretudo se pensarmos nos que dão aulas nas universidades.Contudo… Contudo estamos perante um sinal dos tempos: o melhor (?) que o país foi capaz de produzir para depois lhe entregar a responsabilidade de o governar foi um grupo de quadros que nunca correu os riscos associados à actividade privada e sempre cresceu no ambiente protegido – mesmo que nem sempre glorioso – da administração pública. Sucede com este Governo, como poderia suceder com um governo liderado pelo PSD, talvez com pequenas nuances, e não deve surpreender ninguém: o sonho da maioria dos portugueses é, há décadas, há séculos, acolher-se no regaço protector do Estado. De preferência como seu servidor, se necessário como seu subsidiado."
Não há, como ler um artigo de opinião de alguém independente como o ex-director do Público. A verdade que custa aos socialistas ler...
O Pai Natal não te ofereceu um espelho?!
ResponderEliminarNão queres enviar ao dito jornalista independente (sic) a biografia dos políticos regionais para que ele perceba que nem tudo vai mal no país?!
amsf
Ainda partia o espelho... eheh
ResponderEliminarEntão já é militante para votar no mano?
Não sendo militante milito mais do que os supostos militantes!
ResponderEliminaramsf
Eduardo,
ResponderEliminarA verdade é que o artigo perde toda a credibilidade precisamente pelo nome da pessoa que o assina. Se há pessoa que é parcial, essa pessoa é precisamente José Manuel Fernandes.
Já agora recordar: http://desbobina.blogspot.com/2009/10/mudanca-no-publico-e-cs.html
Creio que Portugal e a nossa imprensa ganharia muito mais, se adoptasse a tradição anglo-saxónica de mostrar as suas simpatias partidárias, fosse enquanto órgãos, fossem as pessoas que para os mesmos escrevem. Todos ganhariam e evitaria-se esta imparcialidade pobre a que muitas vezes se assiste. Os editoriais de JMF eram simplesmente vergonhosos e nada honravam a tradição de um jornal como o "Público"