Acaba-se o desacordo da Lusitânia. Morreu “Viriacto"! Nasceu Viriato. (adaptado de Teófilo Braga).
Ato as mãos com tamanho “ato” de desordenar as ideias dos portugueses.
O acto de conhecer é algo continuado, nunca se deixa de conhecer, por isso vem desde o pretérito até ao presente (pode-se fingir não conhecer). As excepções previamente referidas são usuais para os verbos com terminações em -ir e em -er. Normalmente, para o presente, esses casos são contornados pelos madeirenses e pelos brasileiros utilizando o gerúndio (exemplo: estou comendo) enquanto o continental diria: estou a comer (infinitivo). Contudo, nos verbos terminados em -ar não é usual utilizar nem o gerúndio nem o infinitivo. O eurodeputado Graça Moura referiu esse dilema no programa da discórdia.
Procuro entender qual a utilidade de uma unificação ortográfica, quando uma palavra em Portugal tem, ou terá, uma denotação completamente diferente no Brasil.
As editoras portuguesas nunca poderão ambicionar o Brasil porque, por exemplo, “rapariga” e “cacete” (pão de trigo) são palavras com um sentido pejorativo lá por terras independentes do D. Pedro IV. Pense-se: “A rapariga come o cacete do amigo!”, ou imagine-se uma brochura didáctica de enfermagem para aquietar a sociedade infantil brasileira com a seguinte banda desenhada: “A pica não dói.” Seria uma ofensa para a sociedade civil brasileira.
Onde está a pseudo-homonímia do português de Portugal e do Brasil? Isto seria hilariante para o dia-a-dia dos brasileiros…
E a confusão que será com a dupla grafia no meio cientifico? Seria protón ou protão? E, que eu saiba, o Acordo permite a “desordenação” das duas.
Onde paira a unificação da grafia a que se refere?
Não se podem unir dois pontos que já se distam à muito, dois barcos que navegam em mares diferentes. A escrita tem que ser feita pelos nossos escritores e não por políticos que tentam legislar.
Neste processo de fazer e desfazer leis, Macau ficou esquecido e os países africanos pouco se envolveram, não será isto uma tentativa de colonização por parte do Brasil? (Repare-se que só desaparecem alguns "h", aqueles que o Brasil já havia retirado, os outros mantêm-se em desarmonia).
Os verdadeiros corajosos são aqueles que se afoitam a ficar e a conservar um Portugal para o Mundo, mas um Portugal dos portugueses. O nosso Portugal é o Portugal do fado, da saudade, do lamento e da lamúria.
Chegou o dia de afirmarmos Portugal no Mundo e para o Mundo… Podemos não ter um D. Sebastião para reaparecer no nevoeiro e ressuscitar a alma lusitana, mas a nossa escrita deverá ser conservada como o nosso património.
“Ó mar salgado, quanto do teu sal/ São lágrimas de Portugal! (…) Para que fosses nosso, ó mar! / Valeu a pena? Tudo vale a pena/ Se a alma não é pequena.” Hoje Pessoa deve deambular e perceber que Portugal vendeu a sua alma ao Brasil.
“Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!”
Fernando Pessoa – Mensagem
Português de língua nunca será nevoeiro, será português de Portugal.
Ato as mãos com tamanho “ato” de desordenar as ideias dos portugueses.
O acto de conhecer é algo continuado, nunca se deixa de conhecer, por isso vem desde o pretérito até ao presente (pode-se fingir não conhecer). As excepções previamente referidas são usuais para os verbos com terminações em -ir e em -er. Normalmente, para o presente, esses casos são contornados pelos madeirenses e pelos brasileiros utilizando o gerúndio (exemplo: estou comendo) enquanto o continental diria: estou a comer (infinitivo). Contudo, nos verbos terminados em -ar não é usual utilizar nem o gerúndio nem o infinitivo. O eurodeputado Graça Moura referiu esse dilema no programa da discórdia.
Procuro entender qual a utilidade de uma unificação ortográfica, quando uma palavra em Portugal tem, ou terá, uma denotação completamente diferente no Brasil.
As editoras portuguesas nunca poderão ambicionar o Brasil porque, por exemplo, “rapariga” e “cacete” (pão de trigo) são palavras com um sentido pejorativo lá por terras independentes do D. Pedro IV. Pense-se: “A rapariga come o cacete do amigo!”, ou imagine-se uma brochura didáctica de enfermagem para aquietar a sociedade infantil brasileira com a seguinte banda desenhada: “A pica não dói.” Seria uma ofensa para a sociedade civil brasileira.
Onde está a pseudo-homonímia do português de Portugal e do Brasil? Isto seria hilariante para o dia-a-dia dos brasileiros…
E a confusão que será com a dupla grafia no meio cientifico? Seria protón ou protão? E, que eu saiba, o Acordo permite a “desordenação” das duas.
Onde paira a unificação da grafia a que se refere?
Não se podem unir dois pontos que já se distam à muito, dois barcos que navegam em mares diferentes. A escrita tem que ser feita pelos nossos escritores e não por políticos que tentam legislar.
Neste processo de fazer e desfazer leis, Macau ficou esquecido e os países africanos pouco se envolveram, não será isto uma tentativa de colonização por parte do Brasil? (Repare-se que só desaparecem alguns "h", aqueles que o Brasil já havia retirado, os outros mantêm-se em desarmonia).
Os verdadeiros corajosos são aqueles que se afoitam a ficar e a conservar um Portugal para o Mundo, mas um Portugal dos portugueses. O nosso Portugal é o Portugal do fado, da saudade, do lamento e da lamúria.
Chegou o dia de afirmarmos Portugal no Mundo e para o Mundo… Podemos não ter um D. Sebastião para reaparecer no nevoeiro e ressuscitar a alma lusitana, mas a nossa escrita deverá ser conservada como o nosso património.
“Ó mar salgado, quanto do teu sal/ São lágrimas de Portugal! (…) Para que fosses nosso, ó mar! / Valeu a pena? Tudo vale a pena/ Se a alma não é pequena.” Hoje Pessoa deve deambular e perceber que Portugal vendeu a sua alma ao Brasil.
“Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!”
Fernando Pessoa – Mensagem
Português de língua nunca será nevoeiro, será português de Portugal.
A minha carta (publicada hoje no Diário de Notícias) em resposta ao Sr. Miguel Fonseca.
Quando lí o título no DN pensei que se referia ao AJJ e ao Santana Lopes! LOL!
ResponderEliminarNão tinha tempo para escrever algo acerca disso, além do mais tenho lido pouca coisa e visto!
ResponderEliminarEspero que ao menos tenha gostado do texto e já esteja de desAcordo! eheh