domingo, 23 de setembro de 2007

França Gomes


Estava eu a ler a revista do Diário de Notícias e eis que vejo uma entrevista do Dr. França Gomes achei particularmente interessante alguns factos:

"Autonomista, pois claro

Polémico. Falastrão. Crítico. Médico. Autonomista. Os madeirenses habituaram-se a ouvir França Gomes falar contra o governo de cá e de lá. A defender a classe que representa. A não ter medo de dizer o que pensa. É assim que ele gosta de estar na vida.
Data: 23-09-2007

O Mundo não acaba nas Ilhas Desertas. A Madeira está em primeiro, segundo e terceiro lugar no coração de França Gomes. Esta aparente ambiguidade do presidente da delegação regional da Ordem dos Médicos é explicada por um autonomismo "convicto" e um espírito crítico "feroz" pela situação actual do país.

(...)

Mas não foi fácil. Chegou ao Porto a 4 de Janeiro de 1977, e dois dias depois passou três horas na estação de correios do Marquês à espera de ligação para telefonar para casa e pedir para voltar. "Era uma cidade escura e fria, e eu estava lá sozinho", justifica. Da Madeira responderam que esperasse. França Gomes esperou. Acabou por ficar. Por gostar. "Guardo boas recordações da cidade. As pessoas são muito parecidas com as madeirenses", diz, acrescentando que além dos palavrões aprendeu logo que para baixo de Rio Maior são todos "mouros".

Nacional para sempre

"Santana Lopes quando começou a descentralizar as instituições, deveria era ter descentralizado a capital, porque Lisboa é uma cidade de provincianos", ironiza. Mesmo assim, o "falastrão" França Gomes partia todos os fins-de-semana para o interior do país. Para a 'província'. Fiz logo amizades com colegas, e todos os fins-de-semana tinha sítios para ir", recorda. Da cidade, a única coisa que não gostava era do FC Porto. "Sou 'verdinho', mas primeiro do que tudo sou 'preto e branco'", diz, 'picando os rivais maritimistas. "O Nacional abarca todo o universo. O preto é a ausência de cor e o branco é o conjunto de todas as cores. Isto é o verdadeiro universo". Mais do que adepto, França Gomes foi atleta e médico do clube. Em jovem foi um dos nadadores treinados por Vicente Franco, e especializou-se nos 100 e 200 metros bruços. Na Madeira só quem o ganhava, azar dos azares, era Miguel Rodrigues, do Marítimo, mas chegou a ser campeão regional de estafetas. Foi nos quatro por 100 e quatro por 200 estilos. Cunha e Silva, vice-presidente do Governo Regional, nadava costas, e não era o único 'famoso' que nadava no Nacional. "João Sousa [profissional de golfe do Santo da Serra] também era meu companheiro de equipa". Faziam parte do que França Gomes diz ser a "primeira geração direita" após o 25 de Abril. "José Sócrates, Pedro Santana Lopes e Durão Barroso foram daquela geração que teve passagens administrativas nas universidades, saneava os bons professores e que fazia cadeiras dois em um", ironiza.

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'Sequestro' de um bispo

Na altura era conhecido por Gomes, e o nome próprio só chegou no liceu onde, recorda, viveu o Processo Revolucionário em Curso (PREC), com "algum" entusiasmo. "Cheguei a participar numa demonstração de extrema esquerda, quando um grupo de alunos invadiu o seminário com o bispo lá dentro". Foi uma "ocupação selvagem", mas sem violências ou malcriações. "É verdade que não deixamos D. Francisco Santana sair numa primeira fase, mas é mentira que tenha sido um sequestro", afirma, acrescentando que os estudantes, irritados com a notícia saída no Jornal da Madeira, foram à redacção protestar. "Ainda tenho a imagem de Alberto João Jardim em cima de uma rotativa a negociar connosco", recorda com mais um gesto largo. Depois segui-se o serviço cívico, obrigatório para os jovens que queriam seguir o ensino superior. "Era uma anedota, mas mesmo assim ajudamos a criar o embrião do que viria a ser a Associação de Deficientes da Madeira", diz, interrompendo a frase para apresentar a filha, que se senta na mesa ao lado. É a Joana. A filha do 'meio' que estuda Biologia Marítima e Oceanografia em Inglaterra. Tem 20 anos, menos um do que o irmão mais velho, André, também a estudar em Inglaterra, onde acabou Ciências Biomédicas tendo sido convidado para fazer um mestrado. Ambos receberam "algum incentivo" do pai para estudarem no estrangeiro, e França Gomes espera que Isabel Beatriz, de oito anos, siga o exemplo mais tarde. "Se eles forem espertos, só voltam cá de férias", diz, confessando ter "problemas de consciência" por ter uma filha de oito anos num país como Portugal. Mas é aqui que vive. Foi aqui que conheceu a mulher, Isabel, professora do secundário. As famílias eram amigas e eles casaram-se em 1985. A 4 de Janeiro do ano seguinte - nove anos exactos depois de ter chegado ao Porto para a universidade - nasceu o primeiro filho. Seguiram-se os outros dois.

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Foi para a presidência da Ordem para "sacudir o barco", e vai no segundo mandato. "O último", garante, enquanto recorda as primeiras eleições que venceu por 13 votos. As segundas foram diferentes. A margem foi maior, mas não foram igualmente fáceis. Fácil, para França Gomes, é defender a Madeira. "Devemos dar um pontapé no traseiro em todos aqueles que tocarem num cabelo de um madeirense", diz, muito sério, o autonomista que faz 50 anos, a 1 de Janeiro de 2008."
Márcio Berenguer
Fonte: Revista - Diário de Notícias
Aquilo que está a negrito é o que eu destaco... Tal como eu... a Madeira está em primeiro, segundo e terceiro lugar no meu coração... Depois o seu passado pela natação regional, no qual eu também o passei, só que eu nadei pelo Maior das Ilhas e cheguei a ser Campeão Regional do meu escalão... E tenho em comum que estudo um curso semelhante ao seu filho... Só que eu estou no Mestrado Integrado de Engenharia Biomédica.

E quanto à última frase que destaco é verdeiramente importante... É isso que todos os madeirenses devem fazer... Inclusivé os deputados da oposição e políticos da oposição!

PELA MADEIRA...

1 comentário:

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