A liderança é a harmonização da complexidade coletiva de um todo, a que explicitamente se chama pluralidade. A síntese não acontece naturalmente, pois a força natural é, por natureza, conflituosa, antitética e mesmo, metaforicamente, bélica.
Urge então ver que barreiras se erguem e nos impedem de alcançar a vitória total sobre as forças adversas ao projeto que nos move, forças alinhadas com o centralismo que não cedem, mesmo depois de cinquenta anos de Abril e impedem o Porto, os Açores, a Madeira que queremos, inseridos num Portugal e numa Europa de novo ameaçada pelos demónios de novas dissensões, numa vertente que aqui nos interessa.
A distribuição do poder é outra lição, dar a cada um o que é seu, logo essa divisão é uma função do líder. A equipa desse líder só estará motivada para a vitória se participar no poder de decisão, logo se sentir importante.
Há um pensador brasileiro, o Professor Clóvis de Barros Filho, que defende que os líderes devem cultivar virtudes como ética, empatia, justiça, mas também deverão ser capazes de inspirar e motivar os outros, não apenas através de incentivos concretos, mas também tendo uma visão conjunta do rumo a uma vitória conjunta.
Logo, as eleições são fundamentais para que o líder seja capaz de unificar, mas isso significa garantir o pluralismo e a proteção dos direitos dos vencidos, é uma essência que os vencedores governem com inclusão e procurem o diálogo, o consenso, em vez de impor as suas visões de forma autoritária após a vitória que é sempre certa quando nada foi deixado ao acaso.
Uma agremiação precisa de um líder que não tenha perdido o Norte. Todas estas valências têm como paradigma, o meu desejo, para as próximas eleições do F. C. Porto. Numa instituição como o FCP, as quotas são uma prova de pertença. Pagá-las ou impossibilidade de pagar e não poder exercer o direito de voto é ver violado um direito inalienável. O sócio do FCP sentir-se-á excluído, a instituição enfraquece. Só a sua vontade inquebrantável pode superar isso.
Vença quem vença, sem os dois concorrentes que deram o corpo às balas, a vitória será de Pirro e os adversários disso tirarão proveito. É mais que legitimo e será o mínimo que cada um pode fazer. Uma vitória, certa e necessária, não será nem avassaladora nem forte se não incluir o Pinto da Costa e o André Villas-Boas. Ambos deram imenso ao F.C. Porto e será fundamental contar com eles para o presente e futuro desta grande instituição.
No fim de contas, o que querem os sócios? Vencer! Vencer! Vencer! Como é óbvio que só pode valer tudo o que for fonte de coesão, a vitória inclui sempre a ética e os valores em que se baseia a grande instituição, que é símbolo contra o centralismo de Lisboa, que é o F.C. Porto. Postas as coisas assim, a vitória terá que ser sempre do F. C. Porto!